Oásis - VIII

Eu encostei a cadeira para trás e levantei-me para ir atrás do Simão, não queria que depois o ambiente ficasse pesado, nem que dois amigos se chateassem por minha causa. O Samuel empurrou-me para trás e disse que era melhor esperar até o pequeno-almoço estar terminado. Assim fiz, e mal terminou fui à procura dele. Estava sentado no jardim, todo amuado.
Isabel: Não tenho paciência para este tipo de atitudes Simão. E só vim atrás de ti para esclarecer as coisas.
Simão: Eu sei. O Samuel é que tem por hábito "roubar-me" o protagonismo e eu estou cansado de ficar à sombra dele!
Isabel: Isso já não é comigo. Conversem os dois e resolvam isso. Anda para dentro que já nos chamaram.
Fui andando para a sala de convívio e ele depois foi lá ter. Estava na hora de fazer um jogo para conhecer melhor as pessoas. Escrevíamos uma palavra que nos caracterizasse e depois íamos explicar o porquê. Eu escrevi a palavra sincera, não tenho papas na língua e o que tiver a dizer digo. Fomos chamados um a um, e quando chegou a vez do Samuel a palavra era alegre, que ele é alegre dá para ver. Ai, quando ele estava ali a falar ficamos um bocado colados um no outro, mas eu logo de seguida desviei o olhar. Há algo nele que me atrai, mas tenho de me afastar. Até porque a Sofia está interessada nele e como já disse anteriormente não estou aqui à procura de rapaz.
Depois do desafio estar concluído eu estava com as minhas amigas a falar e vi o Simão e o Samuel a dirigirem-se para mim, e eu disse logo que ia ao quarto buscar uma coisa. A Filipa percebeu e disse ao Simão que queria falar com ele, e pediu à Sofia para ficar. Entretanto o Samuel seguiu-me. Que raio de ideia foi a dela?
Eu entrei no quarto e ele entrou logo de seguida e fechou a porta.
Samuel: Temos de falar.
Isabel: Sobre?
Samuel: Ontem. Houve um momento...
Isabel. Aquele em que beijaste a Sofia? Eu vi.
Samuel: Sabes que não é isso a que me refiro (gracejou)
Isabel: Eu sei, mas não quero falar sobre isso.
Comecei a remexer nas minhas coisas a fingir que estava ocupada para não termos de ter aquela conversa. O Samuel agarra-me os ombros e vira-me para ele. Ficamos apenas segundos a olhar um para o outro, mas para mim parece que parámos no tempo.

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