VII

Ia apanhar um avião, mas decidi ir para a estação de comboios. Preferia dias de viagem, que me concedessem a coragem meia esquecida. Palavras tinham de ser pensadas, linhas de livros tinham de ser lidas... nada melhor que a carruagem de um comboio para me fazer realizar tais coisas.
Andei dias, e dias.. não sei quantos, perdi a conta, mas finalmente havia chegado. 
Dei por mim perdida naquela cidade grande, sem saber por onde começar a procura pelo Miguel. Olhei em redor e via gente vinda de todo o mundo, sempre me disseram que era País grande, mas nunca havia visto daquilo. Culturas diferentes, bonitas. Lojas com grandes montras, jardins lindos, prédios altos. Diferente de tudo o que já tinha visto até agora. 
Sentei-me num banco e escrevi um bocadinho, de maneira a arranjar alguma forma de encontrar o meu amor, que estaria perdido de mim, ali. O medo atormentou-me um bocadinho. Não nos víamos, não falávamos, não sabíamos um do outro à meses.. não sabia qual seria a sua reacção ao ver-me perante ele, depois de todo este tempo sem palavras. 
Lá arranjei coragem e fui procurar a empresa para onde ele tinha ido trabalhar, tinha uma vaga ideia do nome. Assim segui rumo ao momento que talvez fosse mudar a minha vida, levando o Miguel na minha cabeça todo o caminho. 


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