Sala de espera

Começo a ver os giras-sóis lá ao fundo, é sinal de que já está quase de manhã, certo? Se não for fingimos que sim, que a noite passou rápido. Passou rápido? estranho. Os dias têm durado eternidades. Mas eu espero, esperar tornou-se tão absoluto como respirar. A vida tornou-se assim numa sala de espera. Pálida e vazia, com as paredes feias. Os vidros da recepção embaciados de tantas respirações coladas. Pilhas e pilhas de capas documentais, presenças da espera. A mais recente e assídua tenho sido eu. A minha espera tem nome, e é o teu. Tenho saudades dos teus pés estranhos, e dos teus olhos fundos. O meu coração espera o teu. Os meus ouvidos esperam a tua voz. Os meus lábios o teu beijo. O meu olhar a tua forma. O meu corpo, o teu desejo. Liberta-te desse peso tão grande que assumiste, e vem ser livre comigo. Vem ser feliz.
Espero por ti, meu amor, por ti.

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